Daten Shi_Capítulo 4.1- Despertar de um sonho

Voltando hoje depois de 15 dias aqui esta o novo capítulo e sua primeira parte, "Despertar de um sonho" a partir daqui vocês vão conhecer personagens importantes para a trama, ta bem fresquinho acabou de sair do word e dessa vez acho que ficou bem grandinho mas acho que é assim que vocês gostam né? Vai lá , busca uma pipoquinha ou qualquer coisa pra comer enquanto lê , clica em Leia mais e vem com o Shu!

"Dedicado a mim mesmo porque escrever

 essa Fic com o tempo que eu tenho não é fácil não!"

Existência: 

O grande dia chegou, naquela manhã de segunda feira o ansioso Austin já estava de pé arrumando suas coisas.

Passara a semana toda caminhando e ouvindo instruções de como funcionava a escola e as aulas, e de tanto ouvir sobre isso foi criando dentro de si uma grande ansiedade. Lancaster mesmo sem ter esse objetivo fez com que o garoto encarasse tudo aquilo como uma aventura, ainda mais no dia em que disse que se ele estudasse bastante e treinasse também ficaria tão forte quanto ele ou ainda mais; A imagem de Lancaster escalando a parede, aniquilando os demônios e se defendendo de uma bala com um só olho não saía da cabeça do garoto.

Austin já tinha tudo que precisava em cima de sua cama: livros, pergaminhos, cadernos de anotações, canetas e uma mochila, ambos com a cor predominante preto e carimbado com o emblema de Kmester, as três torres dentro de um círculo.

O garoto já vestia seu uniforme que não se diferenciava muito dos uniformes tradicionais do Japão, de cor preta exceto pela camisa branca embaixo do paletó e a gravata xadrez violeta, no peito o grande emblema imponente em dourado.

Ouviu a porta bater por três vezes:

-Entra aí. -disse sem tirar a atenção das coisas em sua cama.

A porta se abriu revelando um homem de cabelos castanhos escuros e o velho tapa-olho do lado esquerdo.

-Vejo que já está pronto. –disse Lancaster.

-Sim, só não gosto muito de usar essa gravata que me aperta.

-Todos aqui são muito tradicionais, andar sem a gravata aqui é atrair uma atenção que você não precisa de mais.

-Certo, vou tentar andar na linha.

Austin pegou todo o seu material e jogou para dentro da mochila.

-Podemos ir agora?-disse ele.

-Sim, mas antes eu queria te dar uma coisa, como eu não te dei nada de aniversário na semana passada resolvi te dar agora como “presente de começo das aulas”.

O garoto sorriu:

-Obrigado, o que é?

O homem meteu a mão no bolso e retirou um cordão, as correntes eram pretas e havia um pequeno crucifixo com a imagem de Jesus Cristo de braços estendidos em suas extremidades:

-É algo bem simples, mas que ganhei de meu pai quando jovem, isso sempre me deu sorte e proteção.

-Me desculpe, mas eu não quero. –disse o garoto com rispidez afastando o cordão de si.

-Por quê? Não gostou?

-Desde criança, sempre fui orientado pelos padres do orfanato onde vivia, mas nada do que eles me diziam me convencia, eu nunca acreditei em Deus ou algo assim.

-Nossa isso é realmente engraçado! – Riu Lancaster.

-O que tem de engraçado?

-O garoto que acaba de saber que é filho de um anjo poderoso, presencia um ataque de uma legião de demônios carniceiros e ainda sim duvida da existência de Deus?

-Passei por muita coisa na minha vida, nunca tive a ajuda de nenhum ser fantástico, as coisas ainda estão confusas na minha cabeça, mas não sei se devo acreditar nessas “coisas de Deus”, não sei como as pessoas conseguem engolir isso, não as entendo.

-Entendo. De certa forma eu admiro os ateus.

-Admira?

-Sim, imaginar coisas como um mundo sem um Ser superior ou algo depois dessa vida é muito difícil pra mim, a vida se torna vazia e sem um significado, como se fossemos um nada, uma folha sem importância jogada em um deserto. Se um dia me provassem que Deus não existe, criaria um e o seguiria, por isso admiro os ateus.
O garoto virou-se pensativo para o lado e continuou a arrumar sua mochila e ver se estava tudo certo, um silêncio tomou o quarto por alguns instantes.

-Bom, se você não quer usar posso pelo menos guarda-lo dentro de sua gaveta?

-Pode.

Depois de pronto, os dois saíram do quarto e foram andando pelos corredores do andar superior. O dia agora estava diferente dos demais, não havia mais o silêncio de sempre, Austin ouvia vozes, risadas e gritarias vindas dos andares debaixo e do jardim lá fora.

Toda vez que eles passavam por uma grande janela do corredor o garoto observava adolescentes como ele escorregando no imenso túnel e caindo no amontoado de folhas secas, imaginou que deviam ter pulado no mesmo buraco de bueiro que ele dias antes, observando o olhar de cada um que aterrissava naquele local Austin notava se era a primeira vez que essa pessoa entrava lá, pois identificava o mesmo olhar de curiosidade que ele teve ao descer também.

-Os alunos calouros vão ter uma breve palestra explicando tudo e o Caesar lhes dará uma recepção, quer ir até lá ou prefere esperar na sala?

-Vou pra sala, já sei tudo que devia saber isso só vai ser chato.

Lancaster riu e continuou andando agora descendo as escadas.

-Na verdade sua primeira aula é de Defesa Física então deve esperar na quadra.

-Ah sim.

Chegando a parte inferior de Kmester, Austin se despediu e foi andando até a quadra. Havia muitas pessoas naquele momento e o garoto teve que se desvencilhar e contornar com dificuldade já que estava no caminho contrário da multidão.

Longe dos barulhos e mais perto da “floresta negra” Austin abria o portão para entrar na quadra onde seriam as aulas, o lugar era extraordinariamente grande, chamavam de quadra, porém tinha o tamanho de um campo de futebol, mas ao invés de grama o local era de concreto maciço e cercado por uma cerca de sete metros. Encostado na cerca na metade da quadra havia uma pequena cabine elevada a cinco metros do chão, debaixo dessa cabine era o único com sombra em toda quadra e foi pra lá que o garoto se dirigiu.

Quando Austin chegou ao local tomou um susto, já havia alguém ali, um garoto que aparentava ter a mesma idade que ele estava sentado na sombra lendo algo que identificou ser uma bíblia. O garoto vestia o uniforme estudantil, seus cabelos eram levemente arrepiados e cinzas como em uma foto antiga, seus olhos negros eram frios e vazios e estavam vidrados no que lia.

Mesmo Austin chegando e sentando na sombra em frente a ele nem sequer olhou, continuou sua leitura silenciosa.

O recém-chegado acomodou-se em uma pilastra e jogou entre as pernas encostando a cabeça para trás, aquele garoto o incomodava de alguma forma, havia certa energia nele, uma frieza, por que estava ali? Será que era um novato? Se for, por que não estava no auditório recebendo a palestra como os outros? Aquele momento estranho perdurou por ao menos meia hora quando os alunos calouros começaram a chegar junto ao professor que abriu o portão e pediu que fossem se agrupando ao lado.

Austin contou pelo olhar uns quarenta alunos, todos eles se agrupavam num canto assim como o professor mandara; o garoto que estava sentado a sua frente fechou suas coisas, se levantou e foi caminhando até lá, ele fez o mesmo.

Alguns alunos olhavam curiosos para eles que já estava na quadra antes de todos chegarem, algumas garotas cochichavam algo e sorriam ao ver Austin passar, seus uniformes eram como os masculinos, porém usavam uma saia xadrez violeta como as gravatas e uma meia branca alta até os joelhos, o garoto percebeu que algumas eram realmente atraentes e retribuiu o sorriso.

-Alunos, silêncio! Quero dar uma palavra a vocês!- disse o professor.

O professor de Defesa Física era alto e muito forte, sua voz era assustadoramente grossa e firme, sua pele era bem clara o que fazia com que os raios de sol batessem em sua careca e refletissem nos alunos, Austin já conhecia aquele homem, era um dos que o olhava seriamente e murmurava algo às costas.

-Meu nome é Kavis Mathew, serei o seu mestre de Defesa Física e durante nosso tempo acadêmico ensinarei a vocês como se defender através de habilidades corporais em momentos de vida ou morte, mas antes quero que todos se sentem!

No mesmo instante todos se sentaram:

-Agora eu quero checar as habilidades de combate de alguns alunos e verificar a bagagem que trouxeram lá de fora e dizer em que precisam melhorar. –dizendo isso ele tirou uma prancheta repleta de nomes de seu paletó e começou a observar lentamente.

Mathew tirou os olhos da prancheta e por um breve instante encarou Austin, com um pequeno sorriso anunciou dois nomes:

-Reiko Austin e Dário Stin, venham aqui à frente.

Austin se levantou e ouviu alguns risinhos femininos, andou até a frente ao lado do professor quando pra sua surpresa aquele garoto de olhos frios também estava de pé, Dário Stin era seu nome.

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Por hoje é só pessoal, até a próxima!