Como prometido estou lhes trazendo o primeiro capitulo dessa que será a primeira fic que eu termino aqui no blog, essa primeira parte ficou um pouco extensa mas espero que vocês gostem pois foi feita com muito carinho. A conto se passa numa era medieval então algumas vezes vocês vão acabar se lembrando das aulas de história. Se deseja acompanhar mais essa viagem minha clique em leia mais!!!
"A voz do meu coração"
“Alguns dos desejos são naturais e necessários;
outros são naturais e não necessários; outros nem naturais nem necessários, mas
nascidos apenas de uma vã opinião”.
Em um tempo distante, em terras distantes havia um reino grande e próspero chamado Prostatheon. Seus domínios se estendiam do mar até as grandes montanhas nortenhas, cortando vales, rios e campos, o grande rei Éron I unificou o reino e dividiu suas terras entre seus dez filhos que seriam seus vassalos, que por sua vez dividiram as suas entre os filhos dando o tamanho de terra de acordo com a linhagem de sucessão, o primogênito ficava com as maiores poses seguido pelo mais velho depois dele. Assim dividiram-se as terras e os senhores, todos sempre devendo honra e lealdade ao rei.
Vários anos se passaram até o mais novo dos filhos de um dos lordes dos dez territórios, Afros assumiu a menor das terras, Tebas, conhecida como Reino Protetor ou Reino do Fim, que se localizava aos pés das montanhas guardando as fronteiras.
Afros fez prosperar suas terras e durante sua juventude teve sete filhos, três homens e quatro mulheres de quem tinha muito orgulho. Aos sessenta anos casou três de suas filhas com lordes poderosos do sul, seu filho mais velho Varsian consagrou-se cavaleiro e protetor do rei dando a sucessão de Tebas ao segundo filho Veneys que já havia se casado, seu filho mais novo quis seguir a religião e virou sacerdote. Porém de todos só a caçula Mono de dezesseis anos permanecia sob sua proteção no castelo de Tebas, e então começa a história.
Desde que Mono completa dezesseis seu pai diz que vai lhe arranjar um bom casamento com um nobre influente e poderoso e desde então ela nega dizendo já estar apaixonada, o problema é que seu grande amor não passa de um rapaz plebeu chamado Vander, filho do criador de cavalos. Afros desaprova qualquer relação entre os dois e proíbe Mono de sair do castelo para encontra-lo. Certo dia, Vander se infiltra no castelo disfarçado de criado e invade a sala de Afros, num ato de ousadia pede a ele a mão de sua filha mais nova dizendo que era capaz de qualquer coisa para conseguir sua aprovação.
Vander era só um garoto, tinha seus dezessete anos e nenhum fiapo de barba, pequeno e franzino com um andar desajeitado, seus cabelos loiros desciam até o pescoço, desgrenhados e soltos como um moleque, porém no seu olhar ardia a valentia.
Afros então organiza um torneio, seria uma luta de espadas em que ele escolheria alguém para lutar e Vander deveria vencer se quisesse a mão de sua filha, pensou assim em acabar de uma vez com o romance já que o rapaz nunca empunhara uma espada na vida e pouco sabia sobre a arte da guerra.
No torneio uma multidão de plebeus se reuniu em volta da arena para prestigiar a luta, Afros e sua esposa sentaram no lugar de honra ao lado de Veneys e a esposa dele, todos menos Mono que desaprovou o desafio e se trancou em seu quarto, rezava a todos os deuses para que poupassem a vida de seu amado.
Vander estava posto no centro da arena em frente a seu adversário, campeão do Lorde, e também seu filho mais velho Varsian, que era um dos cavaleiros mais fortes de todo o reino, tinha dois metros de altura e seus grossos e musculosos braços equivaliam à coxa de Vander, trajava a armadura real e sua espada forjada a aço e ouro contra um garoto com um pequena espada visivelmente cega e emprestada, trajando uma armadura de coro fervido e alguns trapos sem nem mesmo um capacete.
Varsian era um homem piedoso, porém orgulhoso, não queria matar um adversário tão fraco e digno de pena, mas também não queria que toda aquela multidão visse um cavaleiro juramentado sendo atingido por um único golpe que fosse, por isso permanecia parado aparando todos os ataques desajeitados e atacando por vezes arremessando o garoto para longe ao chão espedregado, causando-lhe cortes e hematomas, porém sempre que caía, Vander teimava em levantar-se novamente, brandia a espada e gritava para todos ouvirem: “Por Mono!”. A plateia ria e debochava.
Depois de um tempo, o cavaleiro do rei já cansara daquele jogo inútil, não podia perder seu tempo, jogou sua espada ao chão e arrancou a de Vander de sua mão, em instantes partira-a em dois. Não queria mata-lo, mas poderia desacordá-lo e assim enfim conseguir sua vitória. Começou a socar o jovem com uma força descomunal, arrancava-lhe sangue do rosto e também da boca ao golpear seu estômago. O garoto foi ao chão gemendo e quase inconsciente, quando tentou se levantar recebeu dois pontapés que lhe fizeram rolar para longe e enfim fechar os olhos. Varsian suspirou de alívio, deu as costas e recuperou sua espada aos gritos e aplausos do povo, quando ia voltando ao encontro de seu pai a plateia parou e um silêncio tomou conta do lugar.
O cavaleiro se virou e deparou com triste cena de um moribundo tentando se levantar, quase não abria os olhos por causa dos inchaços e cortes, mas mesmo assim encontrava força pra dizer bem baixo, mas audível, “Mono”. Ao ver essa cena irou-se, aprendera com o senhor seu pai que um homem tem que saber quando perde, apertou a espada em sua mão e rugiu em direção ao garoto que nada fez senão encará-lo, quando a espada banhada a ouro reluzia levantada ao céu para um golpe final ouviu-se a voz de Afros: “Parem em nome do rei”. Varsian no mesmo momento virou-se em direção a seu pai ajoelhando-se sobre o apoio de sua espada. Afros reconhece que apesar de fraco Vander era possuidor de uma valentia nunca antes vista nos dez domínios e então concede a mão de sua filha mais nova a ele.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
-Mas meu pai, o senhor está certo disso?
-Não me questione meu filho, está decidido.
A família senhorial caminhava a ágeis passos pelo corredor principal do castelo, seguida por criados e soldados da guarda, mesmo ali ainda se ouvia os gritos da multidão.
-Mas ele é só um plebeu! Vai sujar o nome de nossa família! –teimou Varsian.
-Ele mostrou ser valente como qualquer nobre. –disse Afros.
Veneys pousou a mão no ombro de seu irmão mais velho:
-Nós sabemos que não há como discutir com o papai, ele é uma raposa sábia mas teimosa, se decidiu esta decidido.
-E além do mais meu filho. –continuou Afros. –Sua irmã é uma moça fraca e vive doente, sou o menor dos Vassalos e conseguir bons casamentos sempre foi difícil, já ouvi de lordes do sul que se casar com Mono é sinônimo de filhos fracos e covardes; talvez seja o destino dos deuses.
Na torre principal do castelo, Momo abraçava com força os travesseiros que já estavam molhados com suas lágrimas, ouvira mesmo de seu quarto os gritos e delírios da multidão que assistia o torneio e desde que a gritaria começou temia por Vander. Mais uma lagrima escorria pelo seu rosto quando bateram a sua porta.
-Minha senhora! É a Lise! –disse a voz feminina atrás da porta.
Mono se ajeitou na cama e secou o rosto com os lençóis.
-Pode entrar Lise!
A mulher então abriu a porta. Lise era a camareira do castelo e por vezes também conselheira de Mono, tinha seus quarenta e cinco anos, mas as feições de quem muito lutara na vida e dela tirara muita experiência, tal que sempre escutara sua senhora em seus lamentos e histórias desde que nascera, afinal, fora também sua ama de leite.
Ao vê-la a jovem saltou da cama e foi até ela pondo-se na sua frente e apertando suas mãos.
-Diga-me, não me esconda nada, por favor. O que aconteceu na arena?
Lise a encarou, ela era de fato uma jovem linda, seus olhos eram verdes-água, seus cabelos finos e bem penteados brilhavam um castanho escuro, sua pele era tão branca como a neve e tão sedosa quanto uma flor, não importava de que ângulo a olhasse ela exalava pureza e juventude.
-O rapaz foi duramente derrotado em batalha, duvido que consiga andar dentro de duas semanas ou mais.
Ao ouvir isso mono a abraçou e voltou a chorar.
-Porém. –continuou a criada. –Seu pai admirou sua bravura e aceitou seu pedido.
A garota pareceu espantada.
-Sério? Isso quer dizer que... –ela não conseguiu concluir.
-Sim, quer dizer que agora vocês são noivos.
Era incrível a capacidade de uma frase mudar todos os sentimentos de alguém, ela mudou totalmente suas feições, continuava chorando, mas agora chorava de felicidade enquanto abraçava e era abraçada.
-Nem acredito que os deuses ouviram minhas preces.
Passou-se uma semana desde o torneio ocorrera, Vander ainda estava em recuperação, mas a saudade que tinha de sua amada o fez sair da cama e encontra-la. O encontro havia sido marcado através de cartas trocadas entre eles por intermédio de Lise que era amiga da família dele e trabalhava no castelo todos os dias. Os campos de Lusidizis era o seu local favorito, sempre cavalgava com Mono em sua égua por debaixo das arvores para acompanhar o por do sol, porém nesse dia não poderia cavalgar por proibição de mestre Amón, curandeiro de sua vila. Pôs-se a andar a pé com suas muletas até enfim encontra-la debaixo de uma oliveira.
-Van! –gritou correndo ao seu encontro ao vê-lo chegar. Sua voz era doce e maravilhosa aos seus ouvidos.
-Mono. –disse abraçando-a com um dos braços. –Pensei que nunca mais fosse te ver.
-Sou eu quem devia dizer isso! Olha como você esta! Você é mesmo um louco. –ela o beliscou levemente na barriga.
-Talvez eu seja, mas Larren diz que cicatrizes enobrecem o homem.
-Larren é um ferreiro, cicatrizes pra ele são como cabelos de mulher.
-Vai ver que é por isso que ele é careca. –os dois riram.
Vander mesmo sendo um homem pequeno em relação a outros homens ainda era maior que Mono que lhe cabia perfeitamente nos braços, ela estava encostada em seu peito, para “escutar a voz de seu coração” era o que sempre dizia, ele mantinha o queixo sobre sua cabeça e afagava seus cabelos.
-Esta noite sonhei com você. –começou ela.
-Sério? Dizem que uma pessoa só sonha com a outra quando esta não dorme de pensar nela.
-Bobo. –ela sorriu.
Os dois permaneciam abraçados, movimentando os corpos como em uma dança lenta, dançavam sem música alguma enquanto ela ainda ouvia seu coração.
-Conte-me seu sonho.
-Nós estávamos num castelo diferente, mas lindo, de dentro dele dava pra ver as estrelas no céu e nós contávamos uma a uma.
-Hum... –Ele olhou para o céu ainda claro. –Dizem que as estrelas servem para que os amantes as contem, e quando enfim cansarem de contar será o quanto que se amam.
-Sim, então a gente podia fazer...
-Não, não creio que haja estrelas suficientes para mim e ainda que houvesse os números não seriam suficientes.
-Mas os números são infinitos.
-Pois então viveremos um dilema, pois o meu amor também é.
Naquele começo de pôr do sol os dois miravam o céu à procura de uma estrela. Dançando feito duas crianças sem ver o tempo passar.
-Meu pai disse que quer vê-lo.
-Lorde Afros? Por que agora?
-Ele disse algo sobre mostrar a você a honra de nossa família, porque agora você será minha família também.
-Devia ter me avisado, eu vestiria algo melhor.
-Algo como o traje maior que seu corpo que vestiu no dia que pediu minha mão? –riu
-Ah não diga isso. –disse sorrindo. –aquele foi o traje que meu pai usou em seu casamento.
Mono se pô a rir vivamente, seu sorriso era como raios de sol, porém de repente seu riso deu lugar a tosse e ela vacilou nos próprios pés, o rapaz a segurou desajeitado por estar de muleta.
-Mono o que aconteceu?
-Eu... Foi só uma tontura, não se preocupe. –disse enquanto tornava a se por de pé.
-Acho melhor irmos para o castelo.
Os dois foram para o castelo, enormes muros de pedras cercado por quatro torres de arqueiros guardavam o local, Vander sempre ouvira falar que Tebas era o menor dos domínios do reino, ficava por vezes tentando imaginar o maior.
Ao chegarem, Mono se despediu e subiu para seu quarto, disse estar cansada e desejou sorte. O rapaz seguiu para o salão principal onde encontrou o seu senhor e futuro sogro.
-Milorde. –disse pondo-se de joelhos. –Disse que deseja falar comigo.
-Sim meu rapaz, eu quero lhe mostrar uma coisa.
Afros caminhou até uma grande porta ao fundo do salão e a abriu com chave que escondia dentro de um vaso numa estante ao lado, o garoto o seguiu.
Quando ambos entraram Vander se deparou com uma sala cheia de pinturas de grandes guerreiros, armaduras e armas enfeitando as paredes.
-Nós somos da Terra do Fim meu caro jovem.- começou. – guardamos a fronteira do reino a séculos e somos respeitados por isso. Se for entrar para essa família será então um nobre, e como tal deve pelo menos saber da história de nossa família, compreender o que é sagrado para nós.
O rapaz não se atrevia a falar, apenas ouvia com atenção.
-Repare nessa espada. –o homem segurava a espada mais linda que Vander já vira, mais bonita até que a de Varsian. –Essa é a lâmina sagrada, usados por nossos ancestrais muitos anos atrás para selar os deuses no vale pra lá das montanhas...
Afros lhe contou toda a história do antigo e novo reino e dos fatos heroicos que sua família havia realizado, falou também um por um todos os nomes importantes da dinastia, por fim passaram horas naquela sala.
Duas semanas depois, Vander estava forte o suficiente para cavalgar mas sua perna ainda doía, nesse tempo foi obrigado a frequentar o castelo quase que diariamente para aprender a se portar como um nobre, enfim, seria um. Tudo aquilo o deixava entediado, a única parte boa é que poderia ver sua amada mesmo que por alguns minutos e com alguns guardas vigiando. Estava na ferraria de seu amigo uma das partes de sua sela.
-Então quer dizer que meu grande amigo vai virar nobre e se esquecer de nós? –disse o ferreiro Larren.
-Claro que não! –riu.- Nunca vou me esquecer de minhas origens.
-Cara, você não sabe como é sortudo e idiota ao mesmo tempo, quase morreu para ter a mulher que ama mas agora tem um honra que nenhum Plebeu jamais teve, pelo menos que eu conheça.
-Não me importo com honra ou títulos de nobre, para mim a maior honra é ter Mono junto comigo para sempre, pouco interessa se ela é filha do Senhor ou do padeiro.
Larren enrugou sua lisa cabeça.
-Desde que você continue frequentando minha ferraria, por mim tudo bem.
Os dois conversavam quando um soldado da guarda entrou no lugar, trajava uma armadura rígida e um rosto frio.
-Você é Vander Deluria? –disse apontando para Vander.
-Sim sou eu. –respondeu apreensivo. –O que aconteceu?
-A lady Mono...
-O que tem ela?
-Está morta.
________________________________________________________________
Nossa... sem palavras ... Esse final MDS WTF? Vai ter continuação? O que vai acontecer? Meu Deus do céu Como assim do nada ??????
ResponderExcluirOOOOH! Finalmenteeee!! *U*
ResponderExcluirA Mono é muito fofa, e o Vander tem um jeito de herói interessante e engraçado kkkkkk gostei dele! *-*
São um casal bunitinhu cuti cuti! (o´ω`o)
COMO ASSIM A MONO ESTÁ MORTA???????????????! FOI POR CAUSA DA DOENÇA???
SAMA O CHAMU!!! (´;д;)
Gostei muito da fic Ouma! ^^
Ansiosa pro próximo capitulo!!! >3<
Kissus♥
Yoo Shu-chan ^^..
ResponderExcluirAmei <3,muito incrível SUGOI *o*.
Tem que ter continuação! Por favor ;)..
Beijos.^^..
o.o .... ótimo.. muito bom... mesmo.. olha que eu sou chata.. já sou fan u.u
ResponderExcluir